Crise dos semicondutores: falta de insumos nas indústrias

crise dos semicondutores

Você já deve ter notado que o preço de alguns produtos aumentou durante a pandemia. Sabe porque isso ocorreu e ainda persiste? É por conta da falta de insumos para a fabricação dos produtos e do aumento nos custos do transporte das cargas, reflexo do preço da gasolina. Neste texto, você entender melhor a crise dos semicondutores e como isso se reflete em diversos setores. Acompanhe!

 

Crise dos semicondutores

Você sabe o que são semicondutores e qual seu papel dentro da indústria? Os semicondutores são elementos capazes de conduzir corrente elétrica e também de atuar com isolantes. Esses chips estão presentes em todos os aparelhos eletrônicos à nossa volta. Celulares, computadores, televisões, máquinas de lavar, micro-ondas, automóveis, tudo isso precisa dos microchips semicondutores. Eles são o quarto produto mais comercializado no mundo!

A crise dos semicondutores começou durante a pandemia e foi agravada por diversos motivos. No início da crise sanitária, as montadoras de carros paralisaram suas produções por um período por conta do lockdown, do distanciamento social e de todas as demais transformações causadas pelo novo coronavírus. Nesse tempo, o número de pessoas realizando trabalho e estudo em home office aumentou consideravelmente e com isso a procura por celulares, notebooks e televisões também. Assim, a produção de microchips com semicondutores mais tecnológicos foi redirecionada para estes aparelhos em detrimento dos demais setores, que foram colocados no final da fila 

Com a retomada econômica, diversos mercados tentaram retornar aos mesmos níveis de atividade, mas faltaram insumos. O segmento automotivo e o de eletrodomésticos, por exemplo, que contam com microchips de tecnologia mais simples, foram os mais afetados pela falta de semicondutores no mercado. 

Além desse fator, a crise geopolítica entre duas grandes potências econômicas também afetou a produção dos semicondutores. Os Estados Unidos incluíram uma das maiores fabricantes chinesas na lista que restringe o uso de suas tecnologias por empresas estrangeiras. 

Além disso, incêndios em duas fábricas e condições climáticas adversas, como seca em Taiwane o frio extremo nos Estados Unidos também interferiram na produção. É importante saber que existe um monopólio no mercado dos semicondutores que concentra 90% da produção mundial nas mãos de cinco empresas e a maior parte da fabricação na Ásia. 

Vale destacar que as fábricas de semicondutores são ambientes complexos e não podem ser estruturadas de forma muito rápida, é preciso anos para a concretização do processo. Por todos esses fatores, estima-se que só haja uma estabilidade completa nessa crise entre 2023 e 2024, embora exista um pressuposto de que a partir do segundo semestre deste ano o cenário comece a melhorar no mercado automotivo.

Entenda a importância do controle de estoque nas empresas.

A guerra na Ucrânia e a crise dos semicondutores

Além de toda a interferência na vida humana e das questões geopolíticas que envolvem o conflito, a guerra entre Rússia e Ucrânia também afeta o setor industrial, por questões de matéria-prima

A Ucrânia é responsável pelo refinamento e exportação de 70% do gás néon, que é utilizado na fabricação de lasers usados na produção dos microchips. Além disso, o gás é proveniente da Rússia e depois transportado até a Ucrânia para a realização dos outros processos, o que é mais um problema. 

Outra dificuldade promovida por esta guerra é em relação ao paládio, material utilizado na memória e nos sensores. 35% de todo o paládio que é utilizado nos Estados Unidos vem da Rússia.

Essa guerra também afeta o mercado automotivo e os setores de logística e transporte, por conta do aumento do valor do petróleo, que tem a Rússia como um dos principais produtores. 

Por enquanto, a carência desses materiais em decorrência do conflito ainda não representa um grande contratempo na crise dos semicondutores, pois as indústrias ainda possuem estoques das matérias-primas. Porém, o prolongamento dos conflitos pode começar a agravar a situação.

 

Como a crise dos semicondutores afeta a indústria

A crise dos semicondutores afeta principalmente a indústria automotiva e de produtos eletroeletrônicos. 

O setor automotivo tem sofrido grande impacto do colapso por conta das paralisações das montadoras e o redirecionamento da fabricação dos semicondutores. Estima-se que mais de 100 mil automóveis deixaram de ser produzidos no Brasil durante o primeiro semestre de 2021, o que fez o preço dos artigos novos e usados subir drasticamente. 

Em dezembro de 2021, os dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) mostraram que 70% das indústrias do setor eletroeletrônico enfrentaram problemas pela falta dos semicondutores.

Os produtos mais afetados foram os consoles de videogames, os computadores, os notebooks, os tablets, os smartphones e os eletrodomésticos em geral.  

Assim, é possível perceber que a crise dos semicondutores é um problema que afeta não só as indústrias dependentes desse material para a fabricação de seus produtos, como também diversos outros campos. 

 

Perspectivas 

Para tentar contornar a crise, as indústrias estão recorrendo a readaptações de sua produção e revisão de cronogramas para poder atender a demanda com a matéria-prima limitada. 

Além disso, as fábricas também deverão repensar seus fornecedores e não ficar presas apenas aos centros de produção dos semicondutores, mas buscar também por novos fornecedores. Repensar o estoque de suprimentos é igualmente importante, da mesma forma que planejar estratégias para evitar novas crises por falta de matéria-prima. 

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